Doença de Alzheimer: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Doença de Alzheimer: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Doenca de alzheimer

Introdução

A Doença de Alzheimer, caracterizada pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1907, que leva deterioração das células cerebrais e que se agrava ao longo do tempo agindo de forma progressiva, degenerativa, lenta e irreversível de aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos.

Em geral, a Doença de Alzheimer de acometimento tardio, de incidência ao redor de 60 anos de idade, ocorre de forma esporádica, enquanto que a Doença de Alzheimer de acometimento precoce, de incidência em torno dos 40 anos, revela recorrência familiar. A Doença de Alzheimer de acometimento tardio e a Doença de Alzheimer de acometimento precoce são uma mesma e indistinguível unidade clínica e nosológica.

Fisiopatologia e Etiologia

A etiologia da Doença de Alzheimer ainda não foi completamente elucidada, mas há evidências de que esta doença neurodegenerativa é uma síndrome multifatorial, resultante de um conjunto complexo de fatores neuroquímicos. A Doença de Alzheimer é caracterizada por uma série de alterações neuropatológicas que resultam em perda de memória, confusão, afetação do julgamento, desorientação e problemas na expressão. Os sintomas tendem a piorar ao longo do tempo. Dentre essas alterações a atrofia do hipocampo e do córtex cerebral, com envolvimento primário do córtex de associação frontotemporal. A atrofia acontece devido a dilatação dos ventrículos laterais principalmente do lobo temporal.

Alterações no cérebro na doença de Alzheimer
Alterações no cérebro na doença de Alzheimer

Diagnóstico do Alzheimer

A busca inicial por orientações sobre a Doença de Alzheimer é adiada devido os primeiros sintomas da doença serem confundidos com processos naturais do envelhecimento. Isto faz com que a doença seja diagnosticada tardiamente. Na Doença de Alzheimer podem ser encontradas disfunções de estruturas neurovasculares, disfunções mitocondriais, processos inflamatórios e também estresse oxidativo. A confirmação do diagnóstico se dá somente por exame microscópico do tecido cerebral através de cortes histológicos após óbito do paciente. Temos somente o diagnóstico da doença clínica com início lento dos sintomas e progressivas perdas das funções cerebrais. Consequentemente tem-se uma eminente neurodegeneração cerebral. Não há exames laboratoriais complementares capazes de confirmar a Doença de Alzheimer, sua avaliação clinica é de suma importância. A demência da Doença de Alzheimer não se apresenta de forma igual para todos os indivíduos, existem inúmeros fatores de riscos envolvidos formando complexo de sinais e sintomas que progridem de forma lenta. Portanto, algumas pessoas são mais propensas a Doença de Alzheimer do que outras, não há uma única causa, porém existe um padrão de evolução da doença em que se apresenta em três estágios.

Estagio 1: (Doença de Alzheimer inicial) Caracterizado pelo inicio da doença com aparecimento dos sintomas. O doente começa a apresentar um déficit de memória, como desorientação espacial, dificuldade em manter atenção e recordar acontecimentos recentes: Como esquecimento de números de telefone, nomes, porém por serem sutis não são imediatamente detectáveis. Junto a isso começam a aparecer alterações na linguagem, como dificuldade em encontrar a palavra certa num diálogo espontâneo e em entender o que lhe foi dito, essas características são bem evidentes neste estágio.

Estagio 2: (Doença de Alzheimer Intermediária) Nesta fase o paciente necessita de cuidados e supervisão para realizar suas atividades de vida diária, pois seus movimentos são menos precisos e coordenados para executar funções como se vestir ou na higiene pessoal. Nesse estágio começam a apresentar alterações na função motora como bradicinesia, andar lento, perseverança de gestos e reflexos primitivos persistentes. A praxia e a gnosia também são alteradas. A memória é ainda mais prejudicada e ele se mostra desorientado em lugares conhecidos e também não reconhece parentes. Ocorre perda da funcionalidade, temporalidade e esquecimento para recordações recentes embora a memória para acontecimentos passados permaneça intacta. A capacidade de interpretar os estímulos (tato, paladar, visão, audição) é prejudicada. Além disso, problemas com insônia devido a incapacidade de distinguir o dia da noite. As mudanças bruscas de humor são constantes o que torna o portador da Doença de Alzheimer agressivo e agitado e sempre repetindo as mesmas frases.

Estagio 3: (Doença de Alzheimer Avançada) O paciente nessa fase tem perdido quase por completo a capacidade de realizar as atividades de vida diária e de se comunicar. A função motora fica mais comprometida, evoluindo para uma hipertonia e sendo incapaz de realizar a marcha. A memória é ainda mais prejudicada e o paciente já não reconhece mais parentes próximos. O paciente nesta fase permanece acamado tornando-se completamente dependente de um familiar ou cuidador externo, já não se tem mais a sua capacidade psicomotora.

Tratamento Fisioterapêutico

A Doença de Alzheimer se manifesta lentamente com progressiva deterioração, que prejudica o paciente em suas atividades da vida diária (AVD) e em seu desempenho social, tornando um ser cada vez mais dependente de cuidados. Apesar de não existir um tratamento preventivo nem curativo para a Doença de Alzheimer, a fisioterapia tem uma grande importância no tratamento, utilizando-se de vários métodos sendo um deles o Kabat.

A assistência fisioterapêutica dependerá da avaliação do paciente e considerando o estágio da doença, ou seja, o tratamento será de acordo com os sinais, os sintomas e as limitações do paciente. No início da doença os itens a serem avaliados são: amplitude articular, força muscular, alterações posturais e capacidade pulmonar. Elementos como autopercepção, coordenação motora, estabilidade, marcha, habilidade, imagem corporal e as funções a qual o indivíduo desempenha durante o dia a dia deve ser avaliada de forma prudente. Como já foi descrito, a partir do segundo estágio da Doença de Alzheimer, o portador começa a apresentar importantes deficiências motoras e já apresenta dificuldade na realização das AVDs e alteração da marcha. Por conta do comprometimento físico ser bem maior nas fases mais tardias, a avaliação de mobilidade é feita com movimentos passivos, nessa fase a avaliação pulmonar torna-se mais crítica. O tratamento fisioterapêutico passa a ter grande importância para retardar a progressão das perdas motoras, evitar encurtamentos, deformidades e incentivar a independência do doente.

Referências

BITENCOURT, Eduarda Machado et al. Doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos, qualidade de vida, estrategias terapêuticas da fisioterapia e biomedicina. Inova Saúde, v. 8, n. 2, p. 138-157, 2019.

SMITH, Marília de Arruda Cardoso. Doença de Alzheimer. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, p. 03-07, 1999.

HERNANDEZ, Salma S. S. et al. Efeitos de um programa de atividade física nas funções cognitivas, equilíbrio e risco de quedas em idosos com demência de Alzheimer. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 14, n. 1, p. 68-74, 2010.

DE MELO, Rayana Uchôa Pontes et al. Mal De Alzheimer: Análise das Limitações Funcionais em Idosos.

Vanusa Lopes

Fisioterapeuta, cursando Pós-graduação em Osteopatia e Quiropraxia.

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