O QUE É A SÍNDROME DO IMPACTO NO OMBRO?
A síndrome do impacto no ombro, também conhecida por apenas síndrome do impacto, é uma das patologias traumato-ortopédicas mais acometidas da articulação do ombro, caracterizando-se por uma síndrome dolorosa que envolve todo o complexo articular e muscular do ombro.
Essa lesão é ocasionada devido aos movimentos realizados de forma repetitiva, causando microtraumas, além do deficit de força muscular e compressão do manguito rotador no arco subacromial.
SINTOMAS
O quadro sintomatológico do paciente é causado por uma dor crônica no ombro de forma intermitente, mais precisamente na região de inserção do tendão supra-espinhoso, que piora com movimento de elevação do membro superior, entre a amplitude de 70º e 100°. Apresentando bloqueios articulares, podendo limitar outras estruturas como a mobilidade da cintura escapular.
A síndrome do impacto é dividida em três fases: Fase I: edema e hemorragia reversíveis na bursa e no manguito que podem ocorrer por excesso de uso do membro superior no esporte ou trabalho. Nesta fase o tratamento é conservador. Em que é preconizado a diminuição da dor e da inflamação e posteriormente se inserem exercícios de reforço muscular para rotadores externos e internos e bíceps com o objetivo de aliviar o fenômeno compressivo. Acomete pacientes com menos de 25 anos. Fase II: tendinite e fibrose irreversível. Nesse estágio têm sido incluídas as lesões parciais. Acometem pacientes entre 25 e 40 anos. Fase III: incluem mudanças crônicas, ocorrendo a ruptura completa do tendão do manguito rotador e bíceps. Acomete os pacientes com mais de 40 anos.
TRATAMENTO CONSERVADOR E CIRÚRGICO
O tratamento da síndrome do impacto é primariamente conservador, porém na falha desse método o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A cirurgia normalmente é realizada para o reparo das lesões que poderá ser por via artroscópica (fechada) ou aberta (tradicional). Onde cuja finalidade é aumentar o local onde ocorre o deslizamento dos tendões lesionados. Sendo assim, a vantagem da acromioplastia por artroscopia é que o músculo deltoide é preservado, desta forma, a recuperação cirúrgica se torna mais rápida.
A reabilitação fisioterapêutica após o procedimento cirúrgico consiste no reestabelecimento da função do membro, com o foco principal na melhora do quadro álgico que o paciente se encontra, prevenindo os possíveis bloqueios, recuperando a amplitude de movimento, a força muscular e o seu completo funcionamento. O profissional fisioterapeuta dispõe-se de vários técnicas como recursos eletroterapêuticos (Ultrassom, TENS, Laserterapia) e manuais através de mobilizações passivas, exercícios pendulares de Codman. Os exercícios de fortalecimento muscular são primordiais para recuperação proporcionando maior estabilidade do ombro, evitando a compressão de estruturas abaixo do acrômio. Desse modo, os exercícios isotônicos e isométricos para fortalecimento de rotadores externos de ombro formado pelo supraespinhoso, infraespinhoso, redondo menor, deltoide posterior e rotadores internos de ombro (subescapular, peitoral maior, redondo maior, deltoide anterior), vem demonstrando satisfatoriamente o progresso do paciente quanto o retorno das suas atividades na vida diária, evitando principalmente as recidivas das lesões.
REFERÊNCIAS
BOECK, Rudiel Luciano; DÖHNERT, Marcelo Baptista; PAVÃO, Tiago Sebastiá. Cadeia cinética aberta versus cadeia cinética fechada na reabilitação avançada do manguito rotador. FisioterMov, v. 25, n. 2, p. 291-9, 2012.
CAIRES, Simone Lopes; JONER, Cristielle. REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO E TARDIO DE LESÕES DO MANGUITO ROTADOR. 2018.
METZKER, Carlos Alexandre Batista. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Fisioterapia em movimento, v. 23, n. 1, 2017.
PEZZOTTO¹, Daiany Andrade; ARAÚJO, Glauber Lopes. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO.
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